Uma embriaguez de vodca,
tequila e cerveja pode te anestesiar, até você começar a sentir a própria língua
enrolar e a pronuncia da palavra “tranquilo” se tornar engraçada, pode também te
tornar alguém atrevido, destemido, daqueles que falam seus pensamentos em voz
alta, desconhecendo o pudor da etiqueta ou conveniência. E quando nos damos
conta, estamos evocando pensamentos até a cabeça começar a doer, inquietos,
reclamões, futucando o peito lá no fundo tentando encontrar um pouco mais da
gente. E como somos estúpidos fugindo de nós mesmos. É bobagem, é cilada, é
triste não sabermos quem somos de verdade. Por exemplo, quando eu pergunto o
que você espera da vida, eu não quero saber dos concursos que você espera
passar ou se já passou, eu não quero saber qual é o carro dos seus sonhos ou se
você vai fazer doutorado no exterior. Nós podemos e devemos ter nossas ambições, é
lindo também, mas viver é mais uma questão de ser do que ter, e se a gente não colocar
isso na cabeça de uma vez por todas, vamos nos tornas meros colecionadores de notas
& pessoas. E como ser feliz num mundo onde nós não sabemos significar o que
realmente importa? Afinal, você
sabe como eu me sinto quando estou perto de você? O tipo de energia que você passa
quando olha nos meus olhos? No fundo o que faz sentindo para que a gente mova nossos
encontros aí pelo mundo, é isso: tesão pela vida, energia interna e brilho no
olho.