domingo, 20 de julho de 2014

Amor em versos

Encontramos amor nas palavras, nos tragos que compartilhamos e nos cuidados que seduz os olhos.
Encontramos amor nas gargalhadas de doer a barriga e nos desentendimentos também.
E o amor escorre pelos olhos, pela boca, pelo nariz, pelas pernas e até pelas pontas dos dedos.
O meu amor é assim, ele pinga em você o tempo todo.
O meu amor amanhece em você, como um raio de sol que surge por uma janela iluminando apenas um ponto fixo: você. Você.
E dentre as incertezas e aflições, eu escolho sempre as alegrias.
Eu escolho os domingos ouvindo rock clássico enquanto se cria coragem pra tomar banho e sair pra ver o dia.
Eu escolho os melhores anos que ainda estão por vir.
E o mundo sempre será um deleite enquanto estivermos juntos.
Enquanto Caio Fernando diz “Que seja doce”, eu digo: que seja doce & ácido – isso é sobre as aventuras que um dia contaremos aos netos.




segunda-feira, 14 de julho de 2014

Os culpados

Eu já sonhei que escalava o monte Everest e que brincava com deus lá do alto, mas não de. Ouvia música nas Montanhas Mágicas de Mann junto com Castorp. Catherine desistia de casar-se com Linton, e por conta disso sempre houvera paz no Morro dos Ventos Uivantes. 

Eu tenho um irmão que criou um país e um idioma pra gente brincar quando éramos crianças, a Dinlanda. Eu nunca fui fluente no “Dinlandês”, mas adorava morar naquela pátria, me divertia com nosso país imaginário e isso me enche de boas lembranças e me proporciona até hoje risadas de encantamento. Ainda na infância meu irmão lia para mim todas as tardes Wuthering Heights, o meu primeiro livro literário e o inicio de uma paixão. 

Na minha casa havia muitas árvores, todo tipo de pé de fruta, feliz por ter comido fruta em cima do pé, por transformar areia em “pó mágico” e as plantas em amigos inanimados. Feliz por ter aprendido desde cedo com meus pais a demonstrar gratidão, a ser gentil com as visitas e não ser refém das más emoções. Feliz pelo bolo de cenoura da minha avó materna, dona dos apelidos mais criativos que um neto pôde colocar. Feliz pelas onomatopeias criadas pela minha avó paterna a cada historia contada. Feliz por ter tido um avô materno estilo Forest Gump. E por ter um avô paterno dono do melhor português, dos melhores livros e por ter recebido dele os melhores doces que um avô pode dar a uma neta. 

Acordei saudosista e focada em entender porque tenho os sonhos mais loucos, como esses do inicio. E acredito que a culpa dessa imaginação volátil é daqueles que fizeram da minha infância a minha melhor saudade. 




“Minha pátria é minha infância:
por isso vivo no exílio”
(Lar doce lar, Cacaso)