“hoje em dia, não existe nada que eu deixe de
fazer por estar sozinha”.
Eu disse hoje essa frase para os meus
dois grandes amigos. Refleti bastante de uns meses pra cá, e é isso mesmo. Não existe
nada que eu deixe de fazer por estar sozinha. Ando sentindo um prazer sem-vergonha
em ser eu mesma. Corro sozinha, sento e tomo minha cerveja sozinha, vou ao
cinema sozinha, faço almoço para comer sozinha, fico no meu apartamento ouvindo
musica sozinha e ta tudo certo, não tem peso, não. O peso do “estar sozinha” veio dessa ideia que
nos ensinaram desde sempre: precisamos do tal príncipe encantado, precisamos
de alguém que nos complete – precisamos do outro. Ensinaram também que esse outro
deve ser uma pessoa especial, mas há uma pressão social tão grande em cima de
nós, mulheres, para termos alguém do nosso lado, para nos proteger, que qualquer
um passa a ser especial diante da gente. E a gente sucumbe a essa pressão, e a
gente aceita menos, mesmo merecendo muito mais. Muito mais. A gente se entrega por
tão pouco, por puro medo da nossa própria companhia. E vamos moldando a nossa
identidade ao redor do outro, contando nossa historia através da sombra do
outro. Então passamos a demonizar a solidão, e quando ela aparece, surge também
o medo. O medo de saber quem somos de verdade. Mas não tenha medo, mulher!
Porque se você estiver disposta a mergulhar no infinito que é você, essa
descoberta pode ser uma viagem incrível. Não se assuste, você não está numa
floresta escura, você está diante da sua melhor companhia. E aprende dessa vez
que o único peso de estar sozinha é o peso das tuas asas – quanto maiores, mais
pesadas.
E que nada no mundo nos prenda ao chão.
E que nada no mundo nos prenda ao chão.