terça-feira, 17 de maio de 2016

Cartinhas & tarô

Foi quando me dei conta que eu poderia ser o que eu quisesse: santa, puta, doce, ácida, crua & tua. Eu poderia ter a minha arcada dentaria tatuada em ti, bem ali assim: a minha mordida exposta na tua pele, te mastigando através dos meus desejos mais sinceros. Então eu enxerguei a minha loucura através dos teus olhos. A tua dor foi me consumindo, e ao invés de sentir o peso dessa dor nos meus ombros, eu escolhi te ter em meus braços com tudo embutido e misturado. Tantas ressacas de tantas noites, e ainda faltam tantas risadas para além. Baby, eu não sou nada fácil, mas arranco a tua tristeza com cerveja e Jorge Ben. Eu amo me sentir livre, sempre fui assim: mente aberta, coração alerta. Mas evito sucumbir à dor de ser do mundo. Que é uma dor oca, com pitadas de frieza.  Uma dor à la Holly Golightly, sabe? De quando surge no céu uma cor assim bonita, diferente do azul habitual, e a gente fica lá parado sem cansar de olhar com os olhos encantados, entende? Mas no dia seguinte o torcicolo. E sempre foi assim: a minha bagunça fluída e a tua coisa toda tão certa - como bem disse o Veloso. Baby, eu não sou nada fácil, mas sempre volto em sete dias.




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