Foi quando me dei conta que eu
poderia ser o que eu quisesse: santa, puta, doce, ácida, crua & tua. Eu
poderia ter a minha arcada dentaria tatuada em ti, bem ali assim: a minha
mordida exposta na tua pele, te mastigando através dos meus desejos mais sinceros.
Então eu enxerguei a minha loucura através dos teus olhos. A tua dor foi me
consumindo, e ao invés de sentir o peso dessa dor nos meus ombros, eu escolhi
te ter em meus braços com tudo embutido e misturado. Tantas ressacas de tantas
noites, e ainda faltam tantas risadas para além. Baby, eu não sou nada fácil,
mas arranco a tua tristeza com cerveja e Jorge Ben. Eu amo me sentir livre, sempre
fui assim: mente aberta, coração alerta. Mas evito sucumbir à dor de ser do
mundo. Que é uma dor oca, com pitadas de frieza. Uma dor à la Holly Golightly, sabe? De quando
surge no céu uma cor assim bonita, diferente do azul habitual, e a gente fica
lá parado sem cansar de olhar com os olhos encantados, entende? Mas no dia
seguinte o torcicolo. E sempre foi assim: a minha bagunça fluída e a tua coisa toda
tão certa - como bem disse o Veloso. Baby, eu não sou nada fácil, mas sempre volto
em sete dias.
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