sábado, 20 de agosto de 2016

Aponte onde dói

Queria eu que a dor de um adeus não doesse assim, no peito. Gostaria que doesse no dedo mindinho. Sabe aquela dorzinha safada quando o mindinho bate no canto de um móvel? Seria bem melhor. Falo isso porque essa dor no peito dificulta tudo: respirar é difícil, o ar não passa, engolir a comida é complicado e até a cerveja gelada desce engasgando, em direção a um vazio chamado estomago irritado. É como se tivesse uma mão esmagando o teu coração até ele encolher. E fica pior quando você passa o dia entalada com um choro preso, pois a nossa rotina louca não nos permite nada além de se manter forte, porque sabemos que o mundo nunca parou e nem vai parar para enxugar as lagrimas de um coração partido. Não somos especiais. Mas se doesse no dedo mindinho eu daria um jeito de ficar bem. Eu colocaria gelo, faria uma massagem com gel de cânfora e rapidamente pararia de doer, bem instantaneamente mesmo. Mas essa dor no peito é cretina, não vai embora, não se encaixa em nada bonito, talvez sirva pra uma crônica boba e só. Cara, você não disse nada. O teu silencio upou a minha dor e me fez pensar nas varias possibilidades de transferir essa dor no meu peito para outros lugares do meu corpo. Foi tudo tão rápido que eu nem sei dizer como diabos fui parar aqui, imaginando como seria se a dor de um adeus doesse, sei la, no sovaco. 


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