quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Cérebro & Coração

Se for pra dizer algo importante, não digo. Fico bem aqui, quieta. Com o silencio que incomoda. Sem falar de paz interior, como os filhos da puta que te cercam. Ternura pelos gatos vira-latas das esquinas, e só. Mas se for pra falar de amor, eu topo. Falo de flores e polens. De cheiro verde e das cartas que nunca mandei. Da terra que nunca cultivei e das ervas que nunca colhi. Fé & Decepção. Esperança & Ilusão. Sentimento & Tesão. E tudo acontece ao redor da gente, mas nossos umbigos são tão mais interessantes do que as percepções a cada esquina fedorenta. Lembra da última vez que tomou uma dose de gentileza? Não é uma questão de amor ao próximo e nem da base da autopromoção: hastear a bandeira da filantropia. Eu to falando do presente, de existência, de consciência, irmão. Falo do suor que exala vida, das veias que levam sangue ao teu coração, dos sonhos que nunca envelhecem, do sexo sem amor – mas cheio de desejo, de orgasmos, da excitação ao raiar do dia, do sushi ou o Petit Gateau que você paga pau, do ovo frito na marmita do pedreiro ou do arroz com feijão de cada dia.
(Escrito em 05/10/2009)

Nenhum comentário:

Postar um comentário